Venceu com clareza e viu a sua legitimidade democrática reforçada.
É carismático, controverso e truculento. Desafia a comunicação social. Vence eleições e os seus adversários sem espinhas. E isto não são características que o fazem ganhar muitas simpatias (pelo menos no continente).
Dizer que há défice democrático na Madeira é uma piada. É certo que o homem vai longe demais, por vezes. Mas também é verdade que lhe atiçaram os cães e ele não saiu minimamente beliscado.
Só quem não quer ver é que não admite que alguns media tudo fazem para o envolver em controvérsias (o Jornal Público, por exemplo), elegendo-o como alvo a abater. O candidato do PS afirmou que existe uma teia de interesses mafiosa que cobre a ilha e em que milhões de euros foram para os pretensos lacaios do Alberto. Onde estão as provas? Nunca ninguém apresentou uma sequer.
O certo é que os madeirenses votaram massivamente no PSD. E ninguém lhes torceu o braço. Nem tão pouco acho que os madeirenses sofrem de menoridade democrática.
E nisto discordo do Alexandre. Se quisermos falar de batota, então temos de clamar batota quando se alteram as regras a meio do jogo (falo da lei de finanças regionais); quando não se respeitam as regras de legitimidade democrática e se utiliza o poder do Governo da República para combater politicamente um adversário que, para alguns, já ultrapassou um qualquer prazo de validade democrática; quando alguns sectores do media tentaram testar a célebre tese de que podem criar ou derrubar presidentes; quando se injuria um candidato acusando-o de ser um qualquer padrinho duma qualquer rede mafiosa. Não podemos ignorar tudo isto e depois, porque não gostamos do resultado, clamar batota. Ou comem todos ou não come ninguém. A ética não é uma bandeira de oportunidade.
Uma coisa é incontornável: o Alberto defende os interesses da Madeira e, portanto, faz o trabalho dele. Até contra o seu próprio partido. É considerado um "loose canon" dentro do PSD porque dispara em todas as direcções quando alguém ameaça os interesses da Madeira. Se eu fosse madeirense votava no Alberto!

6 Comentários a “A vitória do Alberto João.”

  1. # Blogger Mário Azevedo

    Foda-se Leandro, que decepção. A partir do momento em que aceitas o comportamento de Jardim, aceitas tudo. Existe na vida social um mínimo de dignidade, e o Jardim vai muito (mas mesmo muito) para além do admissível. Dizer que ele por vezes vai longe demais, desculpa-me, é ridículo.  

  2. # Blogger Leandro Covas

    Mário,

    Eu não aceito a comportamento do jardim. Nem tenho de aceitar.Nem tão pouco sou seu fã. O que não aceito é que se critique o Jardim por combater com as mesmas armas dos seus adversários.
    Como disse, quando as regras forem iguais para todos então poderemos falar de ética. Antes disso, o Jardim joga o jogo dos seus adversários sem qualquer ética. Porquê criticar só o Jardim? Alguém me explica? É tão só isso que não percebo!
    Também eu gostaria que houvesse ética na política. Até lá temos o Jardim e os outros. Tudo da mesma laia. sem distinções.  

  3. # Blogger Mário Azevedo

    Portanto, o teu raciocínio é o seguinte: se não há ética na política, então vale tudo, até chamar de nazis aos adversários.
    Tu estás a ver as coisas ao contrário; existe uma condescência incrível em relação ao comportamento e à linguagem do Jardim. Qualquer outro político que actuasse como ele seria imediatamente crucificado. Basta recordares (um exemplo entre milhares) o que aconteceu a Menezes só porque uma vez chamou de elitistas e sulistas aos seus adversários dentro do PSD. Isto comparado com a linguagem do Jardim são carícias.  

  4. # Blogger Leandro Covas

    Este comentário foi removido pelo autor.  

  5. # Blogger Mário Azevedo

    Duas coisas:
    1. Foi um disparate dizer que fiquei decepcionado. É o tipo de afirmação que detesto, mas saiu-me e já não há nada a fazer.
    2. Não entendo quando perguntas «porquê bater só no Jardim?» Por acaso conheces algum político que não seja alvo da crítica? Eu critico o Jardim como critico todos os políticos com os quais não concordo. É para isso que vivemos numa democracia, não?
    3. O Jardim faz coisas e diz coisas que a mais ninguém é permitido. Tenta imaginar o primeiro-ministro a fazer inaugurações durante a campanha eleitoral.  

  6. # Blogger Leandro Covas

    Post scriptum:

    Dessa tua decepção comigo infiro que transformaste o Jardim em inimigo público. É isso que não percebo também. Porquê bater só no Jardim? O que o distingue especialmente dos outros da sua laia? O facto de ser brejeiro? Se fosse mais sofisticado já seria mais aceitável?  

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