Os serviços noticiosos referiram hoje que o Líbano está a violar a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, ao permitir que o Hezbollah mantenha as armas.
Descontando o facto de Israel ter violado dezenas de resoluções do Conselho sempre que lhe deu jeito, salta aos olhos de qualquer um que esta exigência, além de ser de cumprimento impossível, é perigosa, e, de momento, prejudicial à população libanesa.
Sejamos claros: Israel aceitou que a resolução da ONU fosse "aprovada" (por outras palavras - não vetada pelos Estados Unidos da América) porque o seu exército não conseguiu cumprir os seus objectivos em tempo útil. A reocupação das posições anteriores a 2001 não foi possível e a campanha prolongava-se no tempo. A somar a isto, os rockets continuaram a cair em Haifa.
E um segundo ponto: uma campanha aérea que atinge pontes, estradas, clínicas, prédios de habitação e camiões de fruta não é defensiva; é guerra pura e dura. E em tempo de guerra até ao pescoço é tudo canela.
Resumindo: o exército libanês nem sequer consegue defender o espaço aéreo da sua capital, quanto mais toda a região sul do país; se o exército israelita, com bombas a cair a torto e a direito, tanques e artilharia pesada não deu cabo do Hezbollah, não serão os libaneses nem os capacetes azuis a fazê-lo; e por último, foi só a resistência do Hezbollah que pôs fim à guerra, à matança indiscriminada e à invasão do território libanês. Retirar o Hezbollah do campo de batalha, na situação actual, seria o equivalente a estender uma passadeira vermelha que os israelitas não deixariam de percorrer assim que as forças da ONU deixassem o local. É duro, é incomodo, e não é politicamente correcto dizê-lo, mas estamos mal com os terroristas, mas se calhar estávamos pior sem eles.
3 comentários
Por Alex
às 23:44.
Descontando o facto de Israel ter violado dezenas de resoluções do Conselho sempre que lhe deu jeito, salta aos olhos de qualquer um que esta exigência, além de ser de cumprimento impossível, é perigosa, e, de momento, prejudicial à população libanesa.
Sejamos claros: Israel aceitou que a resolução da ONU fosse "aprovada" (por outras palavras - não vetada pelos Estados Unidos da América) porque o seu exército não conseguiu cumprir os seus objectivos em tempo útil. A reocupação das posições anteriores a 2001 não foi possível e a campanha prolongava-se no tempo. A somar a isto, os rockets continuaram a cair em Haifa.
E um segundo ponto: uma campanha aérea que atinge pontes, estradas, clínicas, prédios de habitação e camiões de fruta não é defensiva; é guerra pura e dura. E em tempo de guerra até ao pescoço é tudo canela.
Resumindo: o exército libanês nem sequer consegue defender o espaço aéreo da sua capital, quanto mais toda a região sul do país; se o exército israelita, com bombas a cair a torto e a direito, tanques e artilharia pesada não deu cabo do Hezbollah, não serão os libaneses nem os capacetes azuis a fazê-lo; e por último, foi só a resistência do Hezbollah que pôs fim à guerra, à matança indiscriminada e à invasão do território libanês. Retirar o Hezbollah do campo de batalha, na situação actual, seria o equivalente a estender uma passadeira vermelha que os israelitas não deixariam de percorrer assim que as forças da ONU deixassem o local. É duro, é incomodo, e não é politicamente correcto dizê-lo, mas estamos mal com os terroristas, mas se calhar estávamos pior sem eles.
3 Comentários a “Líbano - II”
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Alex,
Credo! Que visão deturpada (na minha opinião) tens deste assunto!
O Hezbollah provocou esta guerra e ainda não entregou o soldado israelita que raptou, não te esqueças.
Israel pôs fim à guerra ao aceitar trocar uma vitória militar por uma política. Israel não tem nenhuma reivindicação sobre território líbio. Apenas pretende evitar que este seja utilizado para a atacar e para infiltrar armas para os grupos terroristas palestinianos.
É claro que se o fim de Israel fosse a vitória militar, então esta teria-se comprometido com uma invasão terrestre de larga escala, perdendo assim mais vidas israelitas e apoio político internacional. Mas não tenhas dúvida que teria conseguido os seus intentos.
Com a escolha política, Israel conseguiu, para já, que o exército libanês ocupasse o sul do seu país (o que já não acontecia há 40 anos) e pretende que o governo líbio exerça soberania sobre parte do seu território. Mais: os partidos políticos libaneses estão contra o não desarmamento do Hezbollah. O receio dos terroristas é que a democracia se desenvolva no país (como tem acontecido). Daí despoletou esta guerra e a sua continuidade apenas a favorecia a ela. Com o cessar fogo e a resolução que referiste teve uma pessada derrota política e a democracia do Líbano uma significativa vitória. Um Líbano democrático e moderado terá a mesma relação estatal com Israel que esta tem, por exemplo, com a Jordania. É isto que o Hezbollah não quer, mas também é isto que o Hezbollah ficou mais longe de evitar.