Primeiro gostava de dizer que tenho dificuldade em compreender por que razão Miguel Paiva não permite que se façam comentários no A Lambretta. O gozo da blogosfera é a discussão. Um blogue que se tranca é na minha opinião sempre um blogue manco.
Mas vamos ao assunto. Miguel Paiva apresenta como bom exemplo educativo a publicação, por parte da Escola Secundária Eça de Queirós, do Quadro de Excelência dos seus alunos. Sinceramente, não consigo ver em que é que isto é positivo, vejo mesmo este tipo de iniciativas como tentativa fácil de compensar a deterioração da qualidade das nossas escolas. Um ensino que não exige, que não avalia, que desconsidera o conhecimento e a erudição, mas que julga incentivar os alunos através da publicitação dos excelentes. Ora, se pensarmos bem, o problema do nosso ensino não está no grupo dos excelentes, na elite dos estudantes, mas sim no resto dos alunos. Haverá sempre excelentes alunos, miúdos que, por diversas razões, têm médias elevadas. Que interessa para o caso (e o caso é a qualidade do ensino) que o melhor aluno da Eça de Queirós seja o Nuno Miguel Novais Loureiro? Para ele e para meia dúzia de crânios ou marrões pode ser muito importante, de resto o efeito do Quadro de Excelência é absolutamente nulo. Acresce a isto que esta medida tem ainda o efeito perverso de promover a vaidade e a competição egoísta (mais uma vez, vaidade e competição apenas de uma pequeníssima minoria dos alunos).
Por fim, é bom que se entenda que se melhora o ensino elevando-se a qualidade média dos alunos.