Passando ao lado do folclore arranjado com a chegada de umas quantas famílias brasileiras a Vila de Rei (que até incluiu uma mega-manifestação - 50 pessoas - da nossa extrema-direitinha), confesso-me também preocupado com algumas declarações que ouvi no sábado e no domingo.
Primeiro, a autarca de Vila de Rei foi buscar licenciados ao Brasil, e assim, não me parece que eles tenham percebido incorrectamente a proposta que lhes foi feita e as condições da sua estadia. Porém, no domingo uma senhora - jornalista de profissão - dizia que o ordenado que iriam receber (400 euros mensais) permitia-lhes "comer, vestir, pagar a casa, colocar os filhos na escola". Eu sei que a renda está garantida por alguns meses pela Câmara, mas não me cheira a que a senhora já tenha ido a um pronto-a-vestir ou à mercearia. Ou contaram-lhe uma história da carochinha.
Segundo, e sem ofensa para ninguém, Vila de Rei é no cu do mundo. E estas famílias estão a viver 15 kms para lá do cu do mundo. Tenho a convicção que estes pais e mães, pessoas com boa formação, tentarão procurar uma vida melhor assim que assentarem praça e conseguirem a legalização. Ou seja, dentro de algum tempo, vão fazer o mesmo que os vilaregenses já fizeram: pirar-se dali pra fora. E ninguém os pode impedir. E aí, em que é que ficamos, nós, os contribuintes que ajudamos a pagar estas viagens, e a Câmara e os habitantes de Vila de Rei? Alguém sabe?
3 comentários
Por Alex
às 22:56. Primeiro, a autarca de Vila de Rei foi buscar licenciados ao Brasil, e assim, não me parece que eles tenham percebido incorrectamente a proposta que lhes foi feita e as condições da sua estadia. Porém, no domingo uma senhora - jornalista de profissão - dizia que o ordenado que iriam receber (400 euros mensais) permitia-lhes "comer, vestir, pagar a casa, colocar os filhos na escola". Eu sei que a renda está garantida por alguns meses pela Câmara, mas não me cheira a que a senhora já tenha ido a um pronto-a-vestir ou à mercearia. Ou contaram-lhe uma história da carochinha.
Segundo, e sem ofensa para ninguém, Vila de Rei é no cu do mundo. E estas famílias estão a viver 15 kms para lá do cu do mundo. Tenho a convicção que estes pais e mães, pessoas com boa formação, tentarão procurar uma vida melhor assim que assentarem praça e conseguirem a legalização. Ou seja, dentro de algum tempo, vão fazer o mesmo que os vilaregenses já fizeram: pirar-se dali pra fora. E ninguém os pode impedir. E aí, em que é que ficamos, nós, os contribuintes que ajudamos a pagar estas viagens, e a Câmara e os habitantes de Vila de Rei? Alguém sabe?
3 Comentários a “Brasileiros em Vila de Rei”
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se fosse só pagar isso, nem me importava. O pior é que o Estado está ajudar a financiar os negócios do ramo Imobiliário e de Restauração que essa senhora (olha, tal como o José Mota de Espinho)tem lá nesse municipio do Brasil.
Só como investir lá fora é 100% abençoado pelo Governo e Vila do Rei é um concelho pouco desenvolvido e muito pequeno nínguém quer processaar essa senhora.
Ela quer saber tt dos brasileiros como o A. J. Jardim dos chineses. Apenas são moeda de troca de favores.
Tenham a coragem de processá-la!! como à Fatinha!
a nível geográfico Vila de Rei dista cerca de 60km de Leiria, Coimbra e Santarém e a 85km da costa.
Há muito, muito pior. mas quem já viveu alguns anos no interior como eu a interioridade é bem + relativa.
Alex, achei a situação bizarra. Soube da notícia apenas pelo jornal daí.Sei que eles são do Paraná, não houve nenhuma notícia por aqui sobre o assunto. Talvez em algum semanário local na cidade deles...
Achei-os felizes e assustados. E fiquei de boca aberta qdo ouvi que tinham formação profissional. Vou fazer meu comentário mais como brasileira do que como imigrante (ou seria emigrante?), pq quando resolvi viver em Portugal, eu não era ilegal. Enfim..foi diferente. Ah! Fernando! Acho que te confundiste. A senhora do ramo da restauração era a uma loirinha que vivia nas Ilhas (talvez nos Açores?!).
Bem, Portugal e Brasil são semelhantes em alguns aspectos. Lugares como Vila de Rei, onde o Judas perdeu as botas, existem por aqui e carecem das mesmas, ou + dificuldades. Sem intenção em ofender, a diferença é que se estes brasileiros são licenciados, casados e com filhos, significa que é perfeitamente possível que tal como aí, vivessem em alguma cidade do interior, mas não tão "interior" qto Vila de Rei (não quero dizer com isso que nossas cidades prá lá do interior sejam melhores). E pela desenvoltura e "fé na palavra" (ela queria acreditar) da jovem senhora na entrevista, fiquei com a idéia de que Vila de Rei deve ter sido menos que o esperado.
Tenho de concordar com a tal possível história da carochinha dita a essa gente. Minha gde curiosidade é saber que tipo de acordo levou 50 famílias à Vila de Rei. A jornalista mostrou um "calcanhar de aquiles" qdo se referiu a proporcionar uma melhor educação para os filhos (que por aqui anda um desastre) além de poderem viver com mais segurança. Legítimo!
Mas fiquei preocupada, são muitas crianças em idades escolares diferentes. Por aí, prá lá do interior, tipo Vila de Rei, qto à escolas, "o bicho pega". Além disso e o pior de tudo, é que quem sofre com adaptações são sempre as crianças. Isso faz um "estrago" psicológico que normalmente não se tem idéia. Este assunto é quase a minha especialidade, mas sempre estudei em escolas do Rio, mas o porquê de "tanta" sabedoria ;) é outro assunto. Mas não me passa pela cabeça, algum "temor" de que sejam maltratados. Nadinha!
Nas costas dessa gente têm "espertos" lucrando. Desconhecem por completo o custo de vida em Portugal! O final da história, pode ser o que tu escreves. Mas caríssimo Alex, tenho certeza absolutérrrrrrima, de que a conta que vocês vão pagar aí, também vai cair no nosso bolso. Nenhum passarinho (mídia) daqui me contou; euzinha ouvi e assisti na frente da minha TV essa história. Só por isso, sinto muito acreditar que o dinheiro de contribuintes brasileiros: fugiu...ninguém sabe, ninguém viu!
bai
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