O resultado não interessava nada, e o jogo também não interessou. Mas levantou algumas questões importantes.
A primeira seria para o seleccionador: ele ouve aquilo que diz nas conferências de imprensa? No sábado, afirmou que manteria alguns jogadores para garantir uma certa "estabilidade nos sectores". Trocou oito, e do meio-campo para a frente foram seis, ou seja, todos. Não é possível jogar à bola assim. Além do mais, sem ninguém no lugar de Deco, e com três médios defensivos, faltaram soluções para a distribuição de jogo. Veloso e Meireles fizeram um mau jogo, muito mau para o sportinguista.
A segunda tem a ver com os lugares que não foram mexidos. Scolari é um macaco velho, e nos lugares em que poderia haver um azar, e os substitutos poderiam pôr em causa o lugar dos cativos, não arriscou. Assim, Paulo Ferreira continuou a ser uma adaptação a defesa-esquerdo, e Hugo Almeida ficou no banco. Scolari sabe que Postiga, por muito que corra (e correu), está num momento de forma tal que só marca quando o jogo estiver parado ou se chutarem contra ele. Assim, não há contestação às escolhas iniciais até quinta-feira. E até nem acho que o brasileiro tenha decidido mal. Embora não concorde com as opções, se começou assim, mas vale continuar.
Por último, é justo dizer que, mesmo assim, a selecção não deveria ter perdido. A Suíça marcou dois golos sem saber ler nem escrever, e ainda nos calhou na rifa um árbitro dos regionais, que não conseguiu ver dois penalties claros e um fiscal-de-linha estrábico. Ainda vá lá que não nos estragou mais a brincadeira, porque Paulo Ferreira e Meira deveriam ter sido expulsos. Mas já passou e este jogo é para esquecer. Que venha a Alemanha.
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