Triste figura está a fazer a deputada nesta guerrinha com o ex-partido. Serviu-lhe para saltar do semi-anonimato para as capas de jornais, mas também funciona como a sua certidão de óbito política.
Na nossa tentativa de democracia representativa existe esta confusão entre a pessoa eleita e que ela representa. Globalmente, os deputados eleitos sob a legenda de partidos não têm qualquer direito de personalizar o mandato. Nas legislativas não votamos em pessoas, mas em partidos, e estes têm o dever de regular a actuação dos seus deputados. Que esta confusão exista na cabeça de uma franja dos eleitores é natural. Que os deputados eleitos a assumam é incompreensível.
No caso particular do PCP, é mais do que sabido que a direcção do partido leva esta diretriz muito a sério, não só no parlamento como nas autarquias e no parlamento europeu. Quam não se quer submeter a este sistema, candidata-se como independente ou muda de partido. Luísa Mesquita não fez nem uma coisa nem outra. Foi eleita sob a égide do PCP e agora se quer manter agarrada a um lugar que não é seu. É dos eleitores. E estes votaram no PCP.
1 Comentários a “Luísa Mesquita”
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É verdade o que dizes. Mas não me parece ser o ponto fulcral. Este residirá sim no facto de alguém estar a faltar à palavra dada. Ou quem assinou esse acordo ou quem garantiu à deputada que esta ficaria na AR até 2008. Quem falta à palavra? Talvez nunca saberemos. Mas ambos ficam mal na fotografia. Como se a ética entre políticos não fosse já uma miragem!