Chuva, chuva e mais chuva. O meu primeiro dia em Paredes foi assim. Infelizmente os festivais de verão mudaram-se para o outono.
A organização melhorou, mas a cerveja já sai a 1,50€. Enfim, ainda podia ser melhor.
E os concertos?
Os Spoon são uma bandinha indie rock perdida algures em meados dos anos 90. Agradáveis, mas imediatamente esquecíveis.
Os Gogol Bordello são simplesmente horríveis. Sabem os truques todos do ofício, mas é só isso.
De seguida vieram os Architecture in Helsinki, sobre os quais pairavam algumas expectativas. Desfeitas de imediato, porque a um arranque falhado seguiu uma apresentação sensaborona. Estes australianos são uma espécie de B-52's projectados aos tempos dos Arcade Fire, mas a premissa falha pela base por duas razões: têm um vocalista que não sabe cantar e as canções não têm qualquer peso ou profundidade. E o que fica mais ou menos disfarçado no registo magnético salta a nu ao vivo. Eles são muito fraquinhos.
Finalmente chegava o momento alto da noite. A 5ª apresentação dos Mão Morta em Paredes, coincidindo, segundo declarações de Adolfo, com a "despedida do rock'n'roll" - seja lá o que isso significa. Entraram os seis de calçõezinhos e t-shirts sem alças (que só ficavam bem na Joana, diga-se), a contrastar com o tempo, já que à entrada da banda São Pedro resolveu nos brindar com uma chuvada que durou todo o concerto. Adolfo começou a despachar as canções com ar de pouco caso, numa actuação em crescendo que envolveu todos os mãomortianos presentes. O alinhamento neste (último?) concerto foi qualquer coisa como isto: "Maria oh Maria"; "Oub'lá"; "E se depois"; "Arrastando o seu cadáver", com interpretação de zombie à mistura; "Tu disseste"; "1º de Dezembro", com o habitual coro dos desafinados; "Budapeste", anunciada como a 1ª música do próximo álbum; "Em directo (para a teelvisão)"; "Gnoma"; "Vertigem", precedida pela declaração do milagre da poeira a levantar no meio de tanta chuva; "Barcelona" (acompanhada de percussão de garrafas de água vazias); "Vamos fugir"; "Cão da morte"; e, para terminar, "para ficaram com boa impressão de nós", "Anarquista Duval".
Não vi os New York Dolls, fugido da chuva para não congelar. Mas ouvi. Nada de bom, e nada que já não conhecesse.
E para terminar, os Dinosaur Jr. fizeram o que era esperado. J Mascis tem a fama e o proveito de polvilhar todas as músicas em palco com solos intermináveis, e para mim, que não gosto do exercício de estilo, abomináveis. J controlou-se bem melhor do que fazia na 1ª encarnação dos Dinosaur, mas não resistiu a arrancar (!!!) a apresentação com solo. Desfilaram uma grande parte de "Beyond", o álbum da ressureição, mas salpicaram uns bocadinhos dos bons velhos tempos, com "Just like heaven", "Little fury things", "Freak scene", "The wagon", entre outras.
E hoje há mais.

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