Após reflexão, concluí que esta noite (praticamente) tudo e todos perderam.

Perdeu o PS, porque apostou forte em António Costa e numa repetição da maioria absoluta das legislativas e esteve longe desse objectivo. Apenas conseguiu uma maioria relativa e ficou nas mãos de Carmona Rodrigues que conseguirá controlar um número significativo dos membros da Assembleia Municipal eleita em 2005;

Perdeu o Governo em solidez com a saída de Costa e em credibilidade democrática, ainda que se possa também colocar o problema com contornos de legitimidade;

Perdeu Carmona Rodrigues por estar envolvido no que está e porque, admitamos as evidências, deixou de ser presidente da Câmara Municipal de Lisboa;

Perdeu o PSD porque desbaratou a confiança dos lisboetas e porque o fez pelas razões e com os contornos sobejamente conhecidos;

Perdeu o CDS-PP porque nem sequer conseguiu eleger um vereador;

Perdeu a CDU porque mais uma vez confirmou a sua irrelevância eleitoral fora de coligações de esquerda;

Perdeu o Bloco de Esquerda porque perdeu votos em consequência duma atitude sancionatória do eleitorado que não perdoou as “cruzadas” jurídicas de Sá Fernandes;

Perderam os Partidos Políticos e a corriqueira alternância democrática entre PS e PSD, reflexo da sua crescente falta de credibilidade junto do eleitor bonus pater famílias.

O único indício de vitória ficou para a candidata independente Helena Roseta. Só há que lamentar mais um percalço na sua afectividade política: primeiro o divórcio com o PSD, agora com o PS. Antevejo uma conturbada união de facto com o Manuel Alegre.

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