Esta história ridícula dos reformados de Cabeceiras de Basto (e outras terras) que foram fazer de figurantes à encenação de aclamação de António Costa é bem o sintoma da cada vez maior falta de entusiasmo que as eleições em Portugal suscitam. Parece que já ninguém dá grande relevância aos actos eleitorais. Já ninguém festeja, já ninguém vai para a rua gritar vitória, com bandeiras e buzinões.
E eu nem sequer estou a falar da abstenção, mas sim do desinteresse que as eleições suscitam mesmo naqueles que votam.
Eu sei que as democracias estão em crise por todo o lado, mas acho que em Portugal acontece qualquer coisa de diferente.
Ainda há meses houve eleições em França, e pudemos assistir a uma outra paixão. Goste-se ou não de Sarkozy ou de Ségolène Royal, a verdade é que qualquer um deles mexeu com os eleitores, e no fim houve de facto manifestações tanto de contentamento como de desilusão (algumas até violentas). E o mesmo aconteceu nos EUA, em Espanha, na Itália e por aí afora.
Em Portugal, já nada disso acontece (alguém se lembra do que foram os festejos aquando das vitórias de Cavaco e até de Guterres?) Dá ideia que os portugueses desistiram, que estão fartas e que já não acreditam, que votam por dever cívico, mas sem convicção nenhuma.

0 Comentários a “Eleições em Lisboa – I”

Enviar um comentário

Procura



XML