Escrevi por aqui há atrasado (expressão tão gira) que o PNR não me metia medo nem me tira o sono. Enquanto for um partido que se apresenta a eleições, não há nada a temer. Tem tido resultados inexpressivos e nada indica que deixe de os ter.
Já não posso dizer o mesmo dos movimentos a que a Judiciária tentou deitar a mão na semana passada. A Frente Nacional, que se acoberta pela anonimidade virtual dos seus elementos para fazer a apologia do racismo violento, é muito mais perigosa. É mesmo um caso de polícia, que só pecou por ter demorado tanto a agir.
Mas o que me deixou chocado no episódio foi a revelação de que a PJ teve conhecimento das relações entre os movimentos de extrema-direita e as claques através de um relatório, há umas poucas semanas. A não ser que tenha ouvido muito mal, isto é completamente inacreditável. Qualquer pessoa que já tenha visto claques sabe da infiltração destes movimentos, com objectivos bem definidos: arrebanhar o maior número de jovens possível. Então foi preciso um relatório??? Tenham lá paciência.
E aproveito para contar um episódio que se passou comigo. Há 2 épocas, viu ao Dragão, com a minha mulher e uma amiga, ver o Porto x Rio Ave. Na bilheteira, quando pedi ingressos para a Superior Sul, que foi sempre o meu local habitual das vezes que fui às Antas, disseram-me que já não havia bilhetes disponíveis para a Superior Sul. Faltavam mais de 3 horas para o início do jogo. Assim que saí da bilheteira, fui abordado por um indivíduo, trajado a SuperDragão, que me ofereceu bilhetes para a Superior Sul, que custavam 15 euros, a 20. Obviamente recusei, e acabei por pagar 25 € por lugares na bancada central. Mas não demorei muito a perceber que: i) num jogo em casa com o Rio Ave, a candonga não deve ser muito atractiva; ii) muito menos a ponto de adquirir todos os bilhetes disponíveis; iii) ainda menos com apenas 5 € de lucro por bilhete; iv) a não ser que o clube os ofereça à consignação... Para bom entendedor...
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