No dia 19 de Abril de 2005, ao saber que Ratzinger seria o novo Papa, escrevi: «Uma terrível notícia. O meu catolicismo talvez precise de um período de hibernação.» Na altura, estas palavras saíram como um desabafo, por desapontamento, mas a verdade é que elas vieram a adquirir um real e inesperado significado.
Foi dito muitas vezes que com este Papa nada de relevante se alterou, que a doutrina era a mesma, etc., mas eu não vejo as coisas assim. Para mim há uma inequívoca mudança de direcção na Igreja. Esta coisa de começar a sugerir o canto gregoriano e a missa em Latim nas cerimónias internacionais não aparece por acaso; é claramente um sinal da reacção às inovações do Concílio Vaticano II e resulta da alteração de forças na hierarquia da Igreja. Já havia muita coisa deste concílio que tinha sido deixada para trás; agora, o pouco que se conseguiu começa gradualmente e de uma forma subtil (com exortações e afins) a ser também posto em causa. Esperemos para ver.
2 comentários
Por Mário Azevedo
às 14:09.
Foi dito muitas vezes que com este Papa nada de relevante se alterou, que a doutrina era a mesma, etc., mas eu não vejo as coisas assim. Para mim há uma inequívoca mudança de direcção na Igreja. Esta coisa de começar a sugerir o canto gregoriano e a missa em Latim nas cerimónias internacionais não aparece por acaso; é claramente um sinal da reacção às inovações do Concílio Vaticano II e resulta da alteração de forças na hierarquia da Igreja. Já havia muita coisa deste concílio que tinha sido deixada para trás; agora, o pouco que se conseguiu começa gradualmente e de uma forma subtil (com exortações e afins) a ser também posto em causa. Esperemos para ver.
2 Comentários a “Ratzinger exorta...”
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E lembrei-me logo de teu post/desabafo assim que li sobre as últimas "idéias" do papa. Confesso que hoje, lendo teu texto, não fiquei muito segura se estás satisfeito com as novidades ou não. Eu - muito pessoalmente - gostaria que a igreja católica acompanhasse a evolução dos tempos ou ao menos tentasse acompanhar. Há proibições(como o uso da camisinha) que são difíceis de engolir, mas enfim...todos são livres para escolher o melhor(para si) caminho a seguir - e ainda bem que é assim!
bjo
Cris, é claro que não estou satisfeito. Na Igreja Católica existem diversas sensibilidades e estão a ganhar as mais conservadores. E é difícil aceitar isso.