os ingleses reagir belicamente ao sequestro e posterior rapto dos seus soldados? Com certeza que sim. Com esta atitude, o Irão demonstrou claramente que é um Estado arredado do Direito Internacional.
Prevendo uma Resolução das Nações Unidas que lhe viria a impor sanções, o Irão emboscou, sequestrou e depois raptou soldados ingleses (ao fazer depender a sua libertação de contrapartidas políticas).
O Irão respondeu com a força (ilegal) à legalidade das Nações Unidas.
Falhando os mecanismos diplomáticos e o próprio Direito Internacional, a Inglaterra não terá outro recurso senão o de recorrer à forma ancestral de resolução de litígios entre Estados: a declaração de guerra.
O Irão aposta nas fraquezas da coligação ocidental: o esforço militar despendido no Iraque e Afeganistão e a opinião pública ocidental adversa a essas intervenções. Os war mongers do ocidente esfregam as mãos de contentes com este rapto.
Adivinho maior instabilidade para esta região já tão sofrida.
Perante isto pergunto: quem advoga agora um Irão nuclear?
Eu não!
4 Comentários a “Irão...”
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o irão já está vender o oil + caro a quase todos os paises. os nipónicos e chieneses são uma das excepções e a resposta n é tão simples.
O teu raciocínio só peca por partir de um ponto de vista que, no meu entender, é parcial.
Ninguém defende um Irão nuclear, como ninguém defende a Coreia do Norte nuclear. Mas, no mundo real, temos vários estados que assinaram o Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares que não o cumprem. Por exemplo, a Índia, o Paquistão e a França. Israel nem sequer assinou o Tratado, enquanto os Estados Unidos, que estavam obrigados pelo mesmo tratado a não ajudar nações "não-nucleares" a desenvolver esta tecnologia, violou-o continuamente, e ainda o faz, ajudando Israel, e em tempos passados, o Iraque. Se eu defendo a erradicação de armas nucleares em todo o globo, também tenho de perceber que as regras não têm sido iguais para todos. E até agora só tem cumprido quem quer.
A questão do respeito pelo Direito Internacional também é um caso claro em que se tem utilizado um double standard. Em última análise, qual é a diferença entre capturar soldados de uma nação hostil que estavam mesmo ali á mão de semear ou transportá-los de avião pela Europa toda até Guantanamo? E a justificação de que em Guantanamo a lei dos Estados Unidos não se aplica aos prisioneiros porque a prisão fica em território cubano? Onde é que encaixa aqui o Direito Internacional?
É claro que o Irão está a pedi-las e vai acabar por as pagar por falta de capacidade para repelir os invasores. Mas não tenho qualquer ilusão. Os estadunidenses e ingleses não vão pelo Irão adentro para "libertar o povo" nem para acabar com o perigo da guerra nuclear. É o óleo, é o óleo.
Ja nao me surpreende que se fale com ligeireza e com alguma empatia de um presidente iraniano, e sempre , mas sempre com a agulha afiada e com dose dupla de ironia de um pais como os EUA.
Se alguem me souber dizer por quanto tempo os EUA podem ser independentes no que diz respeito ao crude, talvez tenha que rever o que escreveu , e arranjar outros motivos, porque tenho a certeza que muitos outros devem haver.
Mas claro eu sou suspeito pois vivo do lado de ca.
Ja agora, a resposta e 400 anos.
Surpreendidos !!!!!
"Em última análise, qual é a diferença entre capturar soldados de uma nação hostil que estavam mesmo ali á mão de semear ou transportá-los de avião pela Europa toda até Guantanamo? E a justificação de que em Guantanamo a lei dos Estados Unidos não se aplica aos prisioneiros porque a prisão fica em território cubano?"
A resposta, não sendo simples, parece-me evidente: a diferença está entre ser um soldado que (à luz do direito) legitimamente patrulha as águas soberanas de um Estado, por um lado, e ser um (ainda que alegado) terrorista, por outro; Está entre um conflito com combatentes regulares sujeito às Convenções de Haia e um conflito sem regras em que uma das partes mata civis inocentes à bomba. Em resumo, a diferença está no terror e no novo mundo parido a 11 de Setembro. E quem pensar o contrário estará talvez demasiado escudado no conforto deste nosso jardim à beira mar plantado.