O comunicado do FC Porto em relação à lesão de Anderson é nojento. É absolutamente inqualificável falar de premeditação de Katsouranis ou de "manobras planeadas". Mas Mourinho abriu a porta, na lesão de Cech, e quem não consegue copiar o melhor de Mourinho copia o pior.
A sério, isto não pode passar impune. Se Mourinho, ou a direcção da SAD portista acredita que as lesões dos atletas foram causadas com intenção e premeditação, não é com comunicados e conferências de imprensa que vão lá. É com queixas-crime por lesões corporais, ou no caso do checo, tentativa de homicídio. E Katsouranis tem toda a legitimidade (diria quase obrigação) de proceder criminalmente por calúnia contra o patife que, a coberto do anonimato que o site do Porto lhe oferece, e com as costas muito quentinhas da instituição que lhe paga, escreve anormalidades destas.
José Veiga chegou ao limite da ordinarice e da falta de educação quando o Benfica marcou o segundo golo. Infelizmente, no final do jogo, pagaram-lhe na mesma moeda. Confirma-se que saber perder é difícil, mas saber ganhar ainda o é mais.
E não me venham dizer que estas boçalidades são normais no futebol. As atitudes de Mourinho, Pinto da Costa e Veiga só acirram ânimos e promovem desejos sórdidos de vingança naqueles simples de espírito que não conseguem pensar pelas próprias cabeças. E quando morrer gente, como já aconteceu aqui (alguém já se esqueceu do very-light), não venham assobiar para o lado e dizer que a culpa é do outro. É que ainda há um Benfica-Porto na 2ª volta.

3 Comentários a “Começar pelo pior”

  1. # Blogger Leandro Covas

    Alex,

    Eu não concordo com o comunicado do FCP pois só serve para extremar posições e tornar o futebol ainda mais irracional e selvagem. O Porto deveria agir junto das instâncias desportivas e mostrar alguma elevação face às circunstâncias. Mas daí apelidar de anónimo um comunicado que por ser difundido num site oficial deve ser "lido" como a posição de um órgão colectivo e institucional do clube e chamar patife a um anónimo vai uma diferença que eu não partilho.
    Ao dizeres que “é absolutamente inqualificável falar de premeditação de Katsouranis” e ao falares em “queixas-crime” entras numa contradição que, se calhar, tem tanto de insanável como de involuntário. Isto porque se não conseguires provar a premeditação (dolo) em sede de Direito Disciplinar muito menos o conseguirás fazer em sede de Direito Penal (dogmaticamente mais exigente). Fala-se de premeditação num diálogo de surdos. Deixa-me colocar a questão na minha perspectiva: se a norma disciplinar aplicável exigir o dolo, então não consagra a melhor solução. A intencionalidade duma conduta apenas pode ser inferida por comportamentos e factos concretos – o que neste desporto é tarefa muito difícil, invocaria demasiada subjectividade, relegaria a punição à marginalidade, tornaria a norma ineficaz e, consequentemente, pouco defenderia o desporto. Qual a solução: apenas exigir a prova de negligência grosseira para punir este tipo de comportamentos. Deveria bastar provar que o Katsouranis, de acordo com os critérios de um “bom pai de família”, violou grosseiramente deveres de cuidado que sobre ele recaiam (ex: salvaguardar a integridade física do seu colega de trabalho). E nesta circunstância não tenhamos dúvida de que ele seria admoestado.
    Confesso que não conheço qual a solução técnica utilizada pela norma (pouco percebo de Direito Desportivo). Mas duma coisa tenho a certeza: a bem do futebol, estas violências têm que ser punidas. E sem esquecer a violência verbal (e agora gestual) dos dirigentes desportivos.  

  2. # Blogger Alex

    Leandro,
    A contradição que apontas não é minha. Acho que me interpretaste mal. Então se eu for agredido venho me queixar no blog, vou ao Correio do Minho contar a minha história ou dirijo-me à esquadra? O que o "comunicado" do Porto é que há dolo e premeditação na acção dos jogadores benfiquistas. Se eles assim o entendem, que se queixem à polícia. Qual é a lógica de mandar estas acusações para o ar e depois chamarem a justiça desportiva. A mim isto escapa-me.
    O "comunicado" não está assinado pela SAD portista. É anónimo porque o autor não está identificado. Se Katsouranis quiser apresentar quaixa pelas acusações, fá-lo contra quem?
    A lógica do repúdio da violência é irrefutável, mas este não é claramente um caso em que isto de aplique. O que eu acho criminoso é que pessoas com muita responsabilidade no futebol, que é um jogo de paixões, continue sistematicamente a agir sem pensar minimamente nas consequências do que faz. Se em Lisboa tivermos um caso como o de Heisel Park, de quem é a responsabilidade?  

  3. # Blogger Leandro Covas

    O.K.
    Acho que, no essencial, estamos de acordo.  

Enviar um comentário

Procura



XML