Poucas coisas me têm dado tanto prazer de ouvir nos últimos tempos como a voz envelhecida de Johnny Cash. Uma voz com uma gravidade insuperável, ao mesmo tempo cheia de leveza, pela simplicidade, ao mesmo tempo carregada de sentimento, de emoção, de mágoa.O último disco de Cash, American V: A Hundred Highways, poderá não ser o melhor disco dele (pessoalmente, de todos, prefiro American IV: The Man Comes Around), não trará também nada de verdadeiramente novo, e, além disso, o que é uma pena, não apresenta nenhuma surpreendente versão, como acontecia com os dois discos anteriores («The Mercy Seat», de Nick Cave, «Personal Jesus», dos Depeche Mode, entre outras); mas que interessa tudo isso, a beleza está toda lá, a voz também, e ainda melhor, porque ainda mais envelhecida, vinda de um corpo quase moribundo.
Mórbido?, talvez, mas a arte agradece.
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